01/03/16

Família

O avô Rui saiu danado! Até bateu com a porta.
A avó Rosário foi para a cozinha, a chorar baixinho. A mãe Cristina foi para o quarto, desesperada.

O neto Rafael ficou sozinho na sala, triste e a sentir-se culpado.
Afinal, todos tinham discutido por causa dele. 

A mãe estava desempregada e tinha-se divorciado recentemente. 
Para conseguirem ter alguma estabilidade, foram para casa dos avós. A avó ficou contente mas o avô nem por isso. Então agora que estava reformado tinha que voltar a aturar crianças! E ainda por cima, dos filhos dos outros!... Nem conseguia ver a televisão sossegado!
A mãe nem queria acreditar que, mais uma vez, ele só pensava nele e não via o que a filha e o neto estavam a passar! Como é que o pai não conseguia apoiar, amar quando a vida o pedia?! E o neto?? Como podia não ajudar quem era o mais indefeso nesta situação toda?!

Passado um bocado, o Rafael, abre a porta e também sai de casa.
Mas vai até ao café, na esperança de encontrar o avô. Espreita e vê-o.
Entra, olha-o bem nos olhos e, antes que o avô o mande embora, aponta para um cartaz lá fora na rua.

O avô levanta-se, pega na mão dele, dirige-se ao outro lado do passeio e escreve no cartaz. 
Pede desculpa e abraça o Rafael. E voltam para casa. 





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