A avó Irene andava macambúzia. Tinha acabado de se reformar e agora... não sabia o que fazer com o tempo, o seu lugar no mundo :(
No início, tudo andou sobre "rodas": não ter que acordar com o despertador, não ter que aturar os superiores, os colegas e ter o tempo todo só para si era formidável.
Mas depressa começou a questionar o que devia fazer com a sua vida. Infelizmente, a sua reforma foi imposta, não planificada. E a autoestima começou a descer.
O neto Francisco também andava com problemas: não se sentia integrado, não gostava dos colegas, um completo desinteresse pela escola...
Foi então que a psicóloga teve a melhor ideia de todos os tempos: porque não fazer teatro? Encarnar um papel diferente, dar voz a um personagem, e vivenciar as próprias emoções “na pele” de outra pessoa faz-nos descobrir quem somos, melhora a nossa habilidade de comunicar e melhora a criatividade e autoconfiança.
Mas nem o pai António nem a mãe Maria podiam levá-lo. Mas a avó Irene estava disponível! E para o Francisco sentir-se mais apoiado, também começou a fazer as aulas. Até porque havia um papel para si, na peça final.
Escusado será dizer qual o resultado final, não é verdade? Também vai experimentar? ;)